domingo, 22 de junho de 2008

Matéria publicada da Folha de S.Paulo em 20 de junho de 2008 sobre a mobilização do dia 19 de junho

"ONGs protestam contra loteamento perto de mata"

Da Agência Folha, em Campinas

Ambientalistas das ONGs Proesp (Associação Protetora da Diversidade das Espécies) e da SOS Mata Santa Genebra protestaram ontem em Campinas contra decisão da prefeitura da cidade de permitir a instalação de loteamento urbano em uma área vizinha à maior remanescente da mata atlântica do município – a mata Santa Genebra. Uma decisão do Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas) de maio abriu brecha para que uma faixa de vegetação nativa do entorno da mata, com brejos, nascentes e lagoas, possa receber empreendimento imobiliário.

A mata Santa Genebra é cercada e administrada pelo município. Tem cerca de 250 hectares (o equivalente a 350 campos de futebol) e abriga animais como o gato mourisco e primatas.

"A liberação do entorno da mata para ocupação residencial levará esse patrimônio a total extinção", disse a presidente da Proesp, Márcia Corrêa. Segundo ela, as áreas de nascentes do entorno da mata abastecem a bacia do ribeirão Quilombo.

A região que será atingida pelo loteamento foi tombada como patrimônio ambiental em 2004. O tombamento fixava a área de proteção do entorno em 300 metros. Com a nova resolução, a área de proteção caiu para cem metros. Pela nova medida, os lotes urbanizados terão, no mínimo, 500 metros quadrados cada um.

A coordenadora da Coordenadoria do Patrimônio Cultural de Campinas, Daisy Ribeiro, disse que a área liberada para loteamentos "terá sérios critérios para uso." Segundo ela, a urbanização não afetará a mata. O predidente da fundação que administra a mata, Alcides Mamizuka, não foi localizado ontem."

(MAURÍCIO SIMIONATO)

Fonte: Jornal Folha de S. Paulo, Caderno Cotidiano, pág. C 7, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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